Quando seu namorado (a) não é católico (a): Desafios e esperanças

É comum surgir em rodas de conversa entre adolescentes e jovens e até mesmo de adultos assuntos sobre namoro. E sejamos sinceros: Quem nunca sonhou em ter um (a) namorado (a)? Quem nunca se imaginou conhecendo uma pessoa especial, legal, bonita e que chegasse para somar na sua vida? Geralmente desejamos também namorar uma pessoa que viva a mesma fé que a nossa, neste caso, a fé católica. Mas, e quando não é assim? E se você sendo católico iniciasse um namoro com uma pessoa que professasse outra fé?

Bom, primeiramente precisamos entender que isso não é um pecado. Não é errado uma moça católica se apaixonar por um rapaz que seja um cristão não católico ou que não seja cristão. Ou, por outro lado, um rapaz católico namorar uma moça de outra religião. Como sabemos, o namoro é o momento próprio para que seja possível conhecer mais profundamente a outra pessoa: seu jeito, sua história de vida, seus gostos, suas qualidades e suas dificuldades. Os namorados devem gradativamente aprender amar o outro, preparando-se para o casamento. Mas, provavelmente alguns grandes desafios podem nascer justamente a partir destes pontos.

Por exemplo, a fé católica nos ensina a importância da castidade, do domínio das vontades, pois antes do casamento não é o tempo certo para a entrega de si um para o outro na relação sexual. Só que para uma pessoa não cristã que namore um (a) católico (a) isso pode ser muito difícil de entender, pois a vivência da castidade não é comum na sociedade atual. Além disso, quando as religiões são diferentes em algum momento vai ocorrer algum debate, discordância de ideias acerca das doutrinas, forma de educar os filhos, podendo gerar uma tensão no relacionamento. Nesses casos, o respeito mútuo e a maturidade do casal precisam ser grandes, para que os diálogos não sejam destrutivos.

Por reconhecer os desafios dos relacionamentos entre católicos e não católicos, a Igreja não recomenda, mas também não proíbe as relações de namoro nessas condições. E tendo em vista que o namoro cristão busca um dia transformar-se em matrimônio, é interessante sabermos que o Catecismo da Igreja Católica esclarece que existe a possibilidade de casamentos mistos (entre católico e batizado não católico) e de casamentos com disparidade de culto (entre católico e não batizado). Porém, a Igreja enfatiza que essas circunstâncias exigem uma atenção particular (caso deseje se aprofundar sobre isso, consulte o Catecismo e leia os parágrafos 1633 a 1637).

Diante das dificuldades, o casal pode se questionar: será que o nosso namoro vai dar certo? De modo pessoal, mais uma pergunta pode ser feita: “O amor que eu sinto e me decido viver é capaz de superar as divergências religiosas?” Refletir sobre isso é um ponto-chave. Também é muito importante relembrar que a graça de Deus é extraordinária. Ele é a fonte do verdadeiro amor. Por isso a oração e a busca por Deus é tão importante. Mesmo que em alguns momentos possa parecer tão difícil, é preciso confiar e esperar em Deus, “porque para Deus nenhuma coisa é impossível” (Lc, 1,37). E, sem dúvidas, essa certeza é uma grande fonte de esperança para os corações que confiam no Senhor.

Em nossa Comunidade temos um casal jovem que têm um testemunho muito bonito. A moça era católica e já fazia parte da Comunidade quando conheceu um rapaz, cristão, não católico. Eles se aproximaram e pouco a pouco começou a surgir um sentimento mais profundo um pelo outro, até que começaram a trilhar um caminho de discernimento para o namoro. Para o rapaz foi bem difícil no início, pois ele não conhecia a Igreja, não entendia a nossa fé e ainda possuía algumas ideias equivocadas que geravam dentro dele muita dificuldade de aceitar o que a moça vivia. Mas ela, muito confiante em Deus, convicta da sua fé e daquilo que sentia pelo rapaz teve paciência para gradativamente ajudá-lo a compreender mais sobre a Igreja e seus ensinamentos. Eles contam que esse processo não foi fácil, mas o amor foi o ponto-chave para que a história deles pudesse dar certo. Ao conhecer mais de perto a fé católica e sua beleza, o rapaz livremente decidiu se converter. Hoje eles são noivos e em breve receberão o sacramento do Matrimônio.

Cada casal tem sua história e cada história tem sua beleza. Se no seu coração existe um desejo sincero de amar seu namorado ou sua namorada, ainda que ele (a) não seja católico (a): entregue nas mãos de Deus e confie! Lute pela santidade no namoro de vocês. Sejam sempre sinceros um com o outro. E em todos os casos nós cremos que o Senhor nos ajuda a tomar decisões acertadas para vivermos a sua vontade e assim nos realizarmos na vivência do nosso chamado.

Jeferson Rosa – Consagrado Comunidade Católica dom de Deus

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