Com quem não se deve casar?

Antes de responder essa pergunta, é necessário refletir sobre “quais são os motivos e intenções que me levam ao altar?”

 

O matrimônio, para nós católicos, é um sacramento, “sinal visível e eficaz da graça de Deus”. Porém, em meio a atualidade, tem tido o seu significado perdido ou desvalorizado. Sendo utilizado como um “status social”, ou uma resposta em meio a pressão familiar. O casamento tem se tornado um ato de “check list”, na vida de muitos homens e mulheres, que buscam apenas concluir um protocolo, estabelecido por dois indivíduos que se relacionam já a algum tempo.

 

Todos esses pontos introdutórios têm o objetivo de te fazer refletir quais têm sido os seus verdadeiros propósitos e passos de decisões para se unir com uma pessoa para toda uma vida, e não somente em uma cerimônia de algumas horas. O casamento é um conjunto de escolhas pela vida do outro, experimentadas no tempo do namoro, que amadurece e se intensifica na decisão pelo noivado, prometendo não só um ao outro, mas também para ambas as famílias. Dizendo publicamente que agora o casal identifica que é o tempo de começar a planejar a saída do seio familiar, para se unirem e constituírem a sua própria família. Provando que se conhecem o suficiente para dizerem que se decidem um pelo outro, assumindo o que existe de qualidade e defeito.

 

Responder a pergunta título desse artigo é pensar em como foi e tem sido, a construção dessa relação. Vai dizer Felipe Aquino que o casamento é o namoro que deu certo. Contudo, como saber se a pessoa que hoje eu namoro ou estou noivo é a pessoa certa para casar? É necessário que o casal tenha um olhar sincero para toda a história juntos, e perceber quais são as compatibilidades, sonhos, ideais, desejos de uma vida juntos, laços relacionais com os núcleos familiares visão do matrimônio, abertura à vida e educação dos filho, etc. E tudo isso é pensado e dialogado de forma complementar e comum entre os dois.

 

Caso algo seja incompatível, a ponto de ferir as suas virtudes, moral, ideais pessoais, educação ou valores familiares, talvez seja necessário rever se essa é a pessoa que realmente quero que esteja ao meu lado para todo o sempre.

 

O grande termômetro do casal é, e precisa ser, o diálogo e o conhecimento do outro, para que não cometam o equívoco de concretizar algo que não havia a certeza de que existia. Claro que sabemos que o matrimônio é uma graça na vida do casal, e que o fato de um mal discernimento não necessariamente resultará em um casamento infeliz. Não é essa a grande questão. O que estamos discutindo é o que pode ser evitado para que o casal possa ser livre dentro do matrimônio, encontrando um espaço para ser quem se é, e não se anulando para viver aos moldes do outro ou vice versa.

 

O matrimônio é um ato livre de entrega e renúncia que se vive para todo sempre. Que experimentado na plenitude nos conduz ao gozo da eternidade. Se hoje não está sendo possível encontrar espaço para viver a liberdade e se sente aprisionado nas expectativas impostas pelo outro. Talvez seja tempo de parar, rezar e se decidir pela felicidade que você espera alcançar na realização da sua vocação.

 

Por: Hugo Roberto – Consagrado da Comunidade Católica dom de Deus

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