O namoro segundo o coração de Deus

O namoro é um tempo de conhecimento entre duas pessoas (rapaz e moça) que desejam construir uma vida a dois, ou seja, que desejam se entregar em matrimônio. Por este motivo é fundamental escolher adequadamente a pessoa amada, mas acima de tudo buscar conhecê-la e se dar a conhecer.

Sem o conhecimento de si e do outro é impossível prosseguir num relacionamento verdadeiro, autêntico, feliz e segundo os desígnios de Deus.

Cada pessoa é um mistério desconhecido ao outro, por isso, o namoro é o tempo de revelar esse mistério, isto é, mostrar quem se é: seus defeitos, suas virtudes, seus gostos, seus medos, seus sonhos e tantas outras realidades, mas principalmente revelar a sua história de vida.

A nossa história de vida é o sacrário onde Deus habita. É algo tão precioso que só revelamos a quem amamos e confiamos, pois só quem ama de verdade é capaz de acolher as imperfeições da história do outro sem julgamentos e condenações.

Nesse sentido, à medida que o casal de namorados vai se dando a conhecer inicia-se também o processo de construção do amor, tendo em vista, que a primeira exigência do amor é aceitar o outro como ele é, com todas as suas qualidades e defeitos.

“Amar é dar-se livremente a alguém para completá-lo e construí-lo, por isso, esse processo é um longo aprendizado. Afinal, não se aprende a amar trocando a cada dia de parceiro (a), mas aprendendo a respeitar o mesmo (a), tanto no corpo quanto na alma.”

O amor é mais que um sentimento, é uma livre decisão da razão. Embora, seja a atração e o sentimento que inicialmente aproximam os jovens namorados, estes tem o dever de sair da superficialidade do relacionamento e aprender a amar de forma autêntica e madura. Pois o amor maduro é pautado na decisão diária pelo outro. Todos os dias eu preciso me decidir pelo meu namorado, diariamente eu preciso fazer uma escolha pela minha namorada, muitas vezes renunciando a si mesmo para fazer o outro feliz. Aí reside a beleza do autêntico amor: não buscar a própria felicidade, mas buscar agir de forma a fazer o outro feliz.

É importante mencionar que o namoro segundo o coração de Deus é aquele em que o casal busca incessantemente a vivência da castidade. O Catecismo da Igreja Católica orienta: “Os noivos [e também os namorados] são chamados a viver a castidade na continência. Eles farão, neste tempo de prova, a descoberta do respeito mútuo, a aprendizagem da fidelidade e da esperança de se receberem um ao outro de Deus. Reservarão para o tempo do matrimônio as manifestações de ternura específicas do amor conjugal. Ajudar-se-ão mutuamente a crescer na castidade.” (CIC 2350)

Dessa forma, compreendemos que o ato sexual é reservado apenas para o casal que já vive a graça do sacramento do matrimônio, onde o esposo e a esposa se dão um ao outro fisicamente e espiritualmente, pois Deus em sua perfeição criou o ato sexual com duas finalidades específicas: unir o casal e gerar filhos. O ato sexual é a mais bela manifestação do amor entre os esposos.

Em virtude disso, vemos que o namoro não é o tempo adequado para a vida sexual. A doação do corpo a alguém só deve acontecer após o casal assumir um compromisso definitivo por meio do matrimônio que é o lugar lícito, seguro e feliz para a perfeita união do casal e para a geração dos filhos.

O ato sexual no namoro se torna algo vazio, sendo apenas o uso do corpo do outro para o bel-prazer dos namorados. O corpo do namorado não pertence a sua namorada e da mesma forma o contrário. “Ou não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo, que habi­ta em vós, o qual recebes­tes de Deus e que, por isso mesmo, já não vos pertenceis?” (I Cor.6, 19 )

“A luta pela manutenção da castidade e da virgindade na juventude e durante o namoro e noivado, é um exercício de fidelidade futura no casamento. O jovem casto na juventude será fiel no matrimônio, e certamente construirá um lar feliz”.

Sendo assim, um namoro casto e santo só é possível com a graça de Deus e com uma sólida vida de oração. Ter Jesus Cristo como o centro do relacionamento significa se deixar conduzir por Aquele que nos ama e que deseja e espera de nós um namoro santo, uma vida santa.

Os desafios na vivência do namoro segundo o coração de Deus são muitos, mas se nos mantivermos enraizados em Cristo, certamente conseguiremos viver o Seu plano de amor em nossas vidas. Vale a pena viver a vontade de Deus, vale à pena ser de Deus! Por isso, jamais desanimemos na luta por um namoro santo, pois a recompensa que teremos é eterna. A recompensa é o Céu!

Que o Bom Deus abençoe a todos os casais de namorados lhes concedendo uma vida a dois fiel e santa!

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