Vocação: Um projeto de amor do Pai

Deus em sua infinita sabedoria e bondade criou todas as coisas: o céu, a terra, o mar, os animais, as plantas, as árvores, o homem e a mulher, enfim tudo foi criado por Deus e, todas as coisas foram criadas por amor. Para o homem e para a mulher o Senhor, além de criar, reservou algo muito especial: uma vocação.

A palavra vocação, etimologicamente, vem do latim vocare, que quer dizer convocar, chamar, escolher. No sentido teológico, pode-se dizer que vocação é o chamado de Deus para cada pessoa humana e/ou para grupos de pessoas por meio de um carisma, por exemplo. E, em seu projeto de amor Ele deseja, por primeiro, a nossa santidade: “Vós vos santificareis e sereis santos, por que eu sou santo” (Lv 11, 44).

A vocação pode ser vista como um caminho sonhado por Deus para que cada pessoa possa alcançar a graça da santidade. A vivência autêntica da vocação nos permite experimentar plenamente nossa condição humana e, em comunhão com Deus, encontrar felicidade neste mundo. Quando encontramos nossa vocação, encontramos a vontade de Deus para nós.

Ante de subir aos céus e sentar a direita de Deus, nosso Senhor Jesus Cristo diz aos discípulos: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16, 15). A “ordem” dada não foi apenas para Onze que lá estavam reunidos, ela se estende para todos que se decidem por Cristo. Por isso, cabe a nós entender como o Senhor quer que realizemos essa missão, conhecer o caminho sonhado por ele para assim assumirmos nossa vocação.

Entender verdadeiramente esse chamado, geralmente, é um desafio. Não somos chamados a fazer a nossa vontade ou realizar as missões do nosso jeito. Precisamos da graça de Deus e, para isso é necessário buscar uma vida de intimidade com Ele, somente assim conseguiremos, de fato, ouvir Sua voz. Para trilhar um caminho de discernimento de uma vocação alguns passos são fundamentais. Nesse sentido, dentre outras coisas, nós precisamos:

Orar: para escutar a voz de Deus que nos fala através da Santa Missa, de uma adoração, da leitura da Bíblia, de uma palestra, de uma partilha com os irmãos, da nossa própria história de vida, etc. “A oração é uma condição indispensável para poder obedecer os mandamentos de Deus” (CIC 2098). Ter uma vida de oração é essencial para crescermos espiritualmente, romper com o mal e ir, gradualmente, descobrindo o que Deus espera de nós.

Participar dos Sacramentos: eles nos ajudam a estar mais próximos de Deus por meio de graças espirituais. A Igreja afirma que “o Batismo, a Confirmação e a Eucaristia são à base da vocação comum de todos os discípulos de Cristo, vocação à santidade à missão de evangelizar o mundo” (CIC 1533).

Perseverar: Deus não cansa de nos amar, de nos perdoar. O Bom Pastor não desiste das suas ovelhas. Nós também não podemos nos cansar de buscar o Senhor. A certeza do Seu amor nos ajuda a vencer, os medos, limitações e pecados. Precisamos nos conhecer e nos mortificar para crescermos espiritualmente. “O caminho da perfeição passa pela cruz, não existe santidade sem renúncia e sem combate espiritual” (CIC 2015).

Ao identificarmos o chamado de Deus para as nossas vidas precisamos dar ao Senhor uma resposta. Uma resposta ao projeto de amor que Ele tem para nós, visando a nossa felicidade. Assim como a Santíssima Virgem Maria devemos dizer sim a Deus, nos apresentar como servos humildes e dizer FIAT – faça-se.

Muitas vezes a falta em nós à confiança que Nossa Senhora teve para aceitar a missão que o Senhor tinha para ela. Se não tivermos confiança em Deus corremos um sério risco de sermos paralisados pelo medo. Não queremos ser reféns do nosso medo, por isso tomamos posse do que o Senhor disse ao profeta Jeremias: não temas, pois eu estarei contigo (Jr 1, 8).

Quando dizemos sim à Deus, sim para nossa vocação não recebemos um manual contendo o passo a passo sobre o que deveremos fazer nas mais diversas situações que enfrentaremos. Precisamos fazer um movimento contínuo de confiança no Senhor para que as preocupações da vida terrena não impeçam que realizemos a nossa missão.

Jesus ensinava aos seus discípulos, e nos ensina hoje, que não devemos ser dominados por preocupações de aspecto material. Se teremos o que vestir ou que comer. Assumindo a nossa missão o próprio Deus nos sustentará. Ele afirma que precisamos buscar primeiramente o Reino de Deus, pois se assim fizermos as demais coisas nos serão dadas por acréscimo (Lc 12, 22-34).

Sendo assim, é preciso confiar em Deus para que possamos ser aquilo que Ele nos criou para ser. O Senhor Jesus nos avisa que teremos aflições neste mundo, mas que com coragem e fé somos capazes de vencer, pois Ele venceu. É importante acreditarmos também que não estamos sozinhos, pois o seu Santo Espírito foi dado a nós.

Tomar posse da vocação que nos cabe requer nosso esforço, nosso querer. Nós fazemos parte do Corpo de Cristo, a Igreja, e Ele não pode ficar desfalcado. A partir do Concílio Vaticano II a Igreja reforça que todos são chamados a santidade, a viver de modo autêntico a fé. Não é mais tempo de pensar que somente sacerdotes e freiras devem buscar serem santos. Não! Também os leigos são chamados ao apostolado e a busca da santidade.

Todos nós, filhos de Deus, precisamos em nossas vocações específicas buscar viver de modo pleno e santo nossa condição humana. Responder ao chamado com amor é papel de quem reconhece a grandeza de Deus e a sua pequenez. É buscar realizar o sonho de Deus que mesmo não precisando quis contar com a nossa “ajuda” na História da Salvação do seu povo.

Portanto, assumir o plano de amor que o Pai tem para nós é dizer como Maria: FIAT, e confiar em Deus. É por amor Deus nos concede uma vocação. E é em resposta a esse amor que queremos e precisamos assumi- lá, entendendo-a como um dom de Deus para o anúncio da Verdade, do Caminho e da Vida.

Jéferson Rosa – discípulo da comunidade dom de Deus

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