Liturgia e Vida: A Solenidade de Corpus Christi

A Festa de Corpus Christi surgiu no séc. XIII, na diocese de Liège, na Bélgica, por iniciativa da freira Juliana de MontCornillon, (†1258) que recebia visões nas quais o próprio Jesus lhe pedia uma festa litúrgica anual em honra da Sagrada Eucaristia.
Aconteceu que quando o Padre Pedro de Praga, da Boêmia, celebrou uma Missa na cripta de Santa Cristina, em Bolsena, Itália, ocorreu um milagre eucarístico: da hóstia consagrada começaram a cair gotas de sangue sobre o corporal após a consagração. Dizem que isto ocorreu porque o padre teria duvidado da presença real de Cristo na Eucaristia. O Papa Urbano IV (1262-1264), que residia em Orvieto, cidade próxima de Bolsena, onde vivia S. Tomás de Aquino, ordenou ao Bispo Giacomo que levasse as relíquias de Bolsena a Orvieto. Isso foi feito em procissão. Quando o Papa encontrou a Procissão na entrada de Orvieto, pronunciou diante da relíquia eucarística as palavras: “Corpus Christi”.
Em 11/08/1264 o Papa aprovou a Bula “Transiturus de mundo”, onde prescreveu que na 5ª feira após a oitava de Pentecostes, fosse oficialmente celebrada a festa em honra do Corpo do Senhor. São Tomás de Aquino foi encarregado pelo Papa para compor o Ofício da celebração. O Papa era um arcediago de Liège e havia conhecido a Beata Cornilon e havia percebido a luz sobrenatural que a iluminava e a sinceridade de seus apelos. Em 1290 foi construída a belíssima Catedral de Orvieto, em pedras pretas e brancas, chamada de “Lírio das Catedrais”. Antes disso, em 1247, realizou-se a primeira procissão eucarística pelas ruas de Liège, como festa diocesana, tornando-se depois uma festa litúrgica celebrada em toda a Bélgica, e depois, então, em todo o mundo no séc. XIV, quando o Papa Clemente V confirmou a Bula de Urbano IV, tornando a Festa da Eucaristia um dever canônico mundial. Em 1317, o Papa João XXII publicou na Constituição Clementina o dever de se levar a Eucaristia em procissão pelas vias públicas. A partir da oficialização, a Festa de Corpus Christi passou a ser celebrada todos os anos na primeira quinta-feira após o domingo da Santíssima Trindade. O que nos diz o catecismo:
A conversão que se opera após a consagração, não é de transformação (Mudança de uma matéria em outra, como no milagre das bodas de Caná), mas “TRANSUBSTANCIAÇÃO”, ou seja: permanece as aparências, ou acidentes do pão e vinho, como aconteceu na Santa Ceia original, pois se houvesse transformação de uma matéria em outra, estaríamos a praticar o CANIBALISMO, portanto, Deus opera uma “CONVERSÃO” de natureza divina por antonomásia, ou seja, por substituição. (CIC 1374)
No Brasil, a festa passou a integrar o calendário religioso de Brasília, em 1961, quando uma pequena procissão saiu da Igreja de madeira de Santo Antônio e seguiu até a Igrejinha de Nossa Senhora de Fátima. A tradição de enfeitar as ruas surgiu em Ouro Preto, cidade histórica do interior de Minas Gerais. Durante a Missa, o celebrante consagra duas hóstias: uma é consumida e a outra apresentada aos fiéis para adoração. Essa hóstia permanece no meio da comunidade como sinal da presença de Cristo vivo no coração de sua Igreja.
“Todas as vezes que se participa da Missa e se alimenta do Corpo de Cristo, a presença de Jesus e do Espírito Santo opera em cada pessoa, molda seu coração, e comunica atitudes interiores que se traduzem em comportamentos segundo o Evangelho”. Papa Francisco
A missa de Corpus Christi, com a procissão e bênção, é uma oportunidade especial para avivar a nossa fé no amor de Deus. É Jesus em pessoa, que não fica restrito às paredes de uma igreja, mas que passa no meio do povo, e santifica nossas ruas com a sua presença. Jesus vivo vai passar próximo de você! Coloque em ação o poder da fé e, com certeza, você experimentará a bênção de Deus agindo em sua vida.

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