Em Comunhão: Vinde e Vede

“…Caríssimos jovens, encontrastes este olhar? Ouvistes esta voz? Sentistes este impulso a pôr-vos a caminho?…”

Mas de quem é esse olhar? Como ouvir essa voz? Qual é o cominho? Tantas perguntas! Como encontrar as respostas? Em Jo 1, 38-39 vemos que Jesus interpela seus discípulos e em seguida os provoca. “Voltando-se Jesus e vendo que o seguiam, perguntou-lhes: Que procurais? Disseram-lhe: Rabi onde moras? Vinde e vede, respondeu-lhes ele.”

O mestre nos questiona e nos provoca a desafiar esse mundo imediatista, egocêntrico e imerso.  E sua voz não cansa de ressoar a nós por meio do Papa Francisco. Em sua Carta para aos jovens por ocasião da apresentação do Documento preparatório para a XV Assembléia Geral do Sínodo dos Bispos do Vaticano, fala do encontro de Jesus com seus discípulos, que os fazem encontrar no olhar de Jesus, em seu chamado, as respostas que tanto procurava os seus corações. E completa com a frase que inicia esse texto: “Caríssimos jovens, encontrastes este olhar? Ouvistes esta voz? Sentistes este impulso a pôr-vos a caminho? Estou convicto de que, não obstante a confusão e o atordoamento dêem a impressão de reinar no mundo, este apelo continua a ressoar no vosso espírito para o abrir à alegria completa”. O olhar do “ vinde e vede”  exige  de nos uma decisão, uma resposta radical e verdadeira   por Jesus.

O Papa em sua carta também recorda a última Jornada Mundial da Juventude: “ em Cracóvia, perguntei-vos várias vezes: ‘As coisas podem mudar?’. E juntos, vós gritastes um ‘Sim!’ retumbante. Aquele brado nasce do vosso jovem coração, que não suporta a injustiça e não pode submeter-se à cultura do descartável, nem ceder à globalização da indiferença. Escutai aquele clamor que provém do vosso íntimo!” Escutar o clamor que vem do coração, ter coragem para ver os planos de Deus e realizar um discernimento vocacional autêntico, feito quando não temos medo de ir  contra as tendências desse mundo é ter coragem para mudar primeiro as realidades dentro de nós que nos afasta do plano do Pai. Essa coragem nos fará olhar a necessidade dos outros e nos levará até o fim último de uma chamado  que é a doação de si.

Ao longo da história da Igreja, temas como vocação e juventude sempre tiveram destaques na vida eclesial, inúmeros santos e santas dirigiam-se  aos jovens por enxergar  neles vigor e potência evangelizadora. Mas sobre tudo, nesse tempo, a Igreja volta o seu olhar e coração para o discernimento vocacional dos jovens, pois para mudar o mundo é necessário ter consciência de quem se é, do chamado de Deus. Já que é minha resposta autêntica que fará a diferença que mudará o mundo . A resposta de esperança, alegria, generosidade e paz para essa sociedade, brota de uma coração que ouvindo o apelo de Deus, o responde com coragem, amor e generosidade.

Essa resposta não é uma responsabilidade somente da juventude, lendo outra parte  da carta vemos “ será possível na medida em que, inclusive através do acompanhamento de guias especializados, souberdes empreender um itinerário de discernimento para descobrir o projeto de Deus na vossa vida”.  Homens , mulheres, jovens , líderes eclesiais , religiosos  todos como filhos de Deus e da Igreja, devemos aceitar o desafio do mestre de ir e ver onde ele mora, isto é, ver a sua vontade para nós, “ Vontade de Deus é meu paraíso” . Entendendo e assumindo o nosso lugar na Igreja, lugar que só poderá ser assumido por nós, pois o chamado de Deus é único e pessoal.

E aquele olhar! Aquela voz! O  impulso que nos leva ao caminho! É, sem duvidas, irresistível, incomparável, doce paz e grande alegria. Resposta de um coração decidido por Deus, que reconheceu o mestre. Tenha coragem! O mestre te chama!

Raquel Freitas – Consagrada da Comunidade Católica dom de Deus

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