Em Comunhão: “Vede os campos, porque já estão brancos para a ceifa” – Assumir-se como operário

Deus confia as pessoas, a tarefa de dar continuidade a sua missão salvífica neste mundo. Portanto, é muito necessário que aqueles que assumiram o chamado do Senhor e a missão por Ele confiada, avaliem a forma como tem respondido a esse chamado.

Para pensarmos sobre esse tema, tomemos a Palavra e relembremos o pedido que Nosso Senhor fez a seus discípulos, em Lucas 10, 2: “Grande é a messe, mas poucos são os operários. Rogai ao Senhor da messe que mande operários para a sua messe”. Se refletirmos o significado de “messe”, vemos que se refere a um campo de cereais maduros, pronto para a ceifa, pronto para a colheita.

Essa metáfora de ceifa pronta para a colheita, também é referida por Jesus em João 4, diante de seu diálogo com a mulher samaritana, especialmente no momento em que fala com seus discípulos:

“Disse-lhes Jesus: Meu alimento é fazer a vontade daquele que me enviou e cumprir a sua obra.

Não dizeis vós que ainda há quatro meses e vem a colheita? Eis que vos digo: levantai os vossos olhos e vede os campos, porque já estão brancos para a ceifa.

 O que ceifa recebe o salário e ajunta fruto para a vida eterna; assim o semeador e o ceifador juntamente se regozijarão.

Porque eis que se pode dizer com toda verdade: Um é o que semeia outro é o que ceifa.

Enviei-vos a ceifar onde não tendes trabalhado; outros trabalharam, e vós entrastes nos seus trabalhos.” (Jo 4, 34-38)

 

Diante dessas palavras de Jesus, aqueles que foram chamados por Ele a seguí-lo no seu apostolado, devem ficar profundamente impulsionados a assumir com mais responsabilidade e dedicação a missão de ser operário e colaborador na colheita de tantos frutos, de tantas vidas que Nosso Senhor deseja colher para si.

O Senhor nos enviou a ceifar, a colaborar na colheita de vidas e vocações que Ele tem semeado. Podemos afirmar que a melhor forma para ceifar vocações para Deus é sendo exemplo e testemunho de fidelidade e convicção vocacional; testemunho de quem se “regozija” junto ao semeador e que recebe um salário incorruptível junto a Ele para a vida eterna e é feliz assim. Aquele que vive sua vocação e apostolado numa postura de insatisfação e indisponibilidade revela um coração ingrato, ainda submisso ao mundo e suas seduções, ainda na espera de salários e benefícios humanos. Tais apóstolos atraem pouco, ceifam pouco. O Senhor não nos chama a ceifar pouco, mas muito.

O testemunho de São Francisco fez com que a vocação semeada por Deus no coração de Clara, fosse finalmente ceifada. Clara de Assis o encontrou e descobriu que o que queria era justamente o que Francisco estava vivendo.

Cada batizado, filho da Igreja, casado, celibatário, consagrado ou em caminho para a consagração, precisa se questionar se a forma como tem vivido sua vocação tem levado outros a encontrar e descobrir a sua própria vocação. Muitas vocações estão prontas para a colheita e talvez a grande foice capaz de cortá-las do medo, da dúvida, da confusão, da inconstância, seja olhar para alguém que vive a vocação e poder afirmar: “Eu quero viver o que ele vive e como vive”. Dessa forma, faremos a experiência dos primeiros cristãos, que viam o Senhor lhes ajuntar outros que estavam a caminho da salvação, a partir do testemunho que atraia outros a viverem como viviam.

O Senhor tem nos revelado que não temos tempo a perder e nem o que esperar, pois os campos já estão brancos para a ceifa. Esse é o tempo oportuno para pedir vocações, de trabalhar pra que vocações sejam colhidas para a Igreja de Nosso Senhor, porém peçamos não somente para que sejam enviados outros operários para a ceifa, mas para que aqueles que já assumiram sua vocação possam assumi-la de verdade e não só com palavras. Que o Senhor não diga que pode contar de fato com poucos operários, mas que possa contar com os todos os que um dia disseram seu sim.

Kelyélk Viana – Consagrada da comunidade católica dom de Deus

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