Abraçar o Mundo: O leigo como protagonista da nova saída missionária que Deus pede à sua Igreja
“Desejo dirigir-me aos fiéis cristãos para convidá-los a uma nova etapa de evangelização marcada por esta alegria e indicar direções para o caminho da Igreja nos próximos anos”. Com estas palavras PROFÉTICAS, o Papa Francisco manifesta a intenção de seu coração de Pastor da Igreja de Cristo e consequentemente as intenções do Coração do Próprio Deus, pois como Vigário de Cristo na Terra, o Papa é a figura visível não apenas da Instituição “Igreja” mas, é sobretudo, da mensagem cristã para este novo tempo.
Desde o princípio, a Igreja de Cristo é missionária. O mandato do ressuscitado “ide por todo mundo” (Mc 16, 15) ainda ecoa no coração da Igreja e das almas que se deixam invadir por esta mensagem. O eco desta ordem de Cristo de tal forma foi assumido pelos batizados, que hoje, passado dois mil anos há inúmeros cristãos em todo o mundo. Porém, há muitos que ainda não receberam o Evangelho da Salvação, apontando-nos ainda a necessidade da contínua propagação do Evangelho.
Esta missão de anúncio, que de muitos modos se configurou de forma institucional/clerical ao longo dos séculos, hoje, apresenta-se fortemente atrelada à própria condição do batizado, isto é, uma vez inserido em Cristo pelo Batismo, todos estão convocados ao anúncio do Reino. Esta maneira de entender a fé do batizado foi claramente exposta no Concílio Vaticano II, uma resposta providencial do Espírito Santo, através do decreto “Apostolicam Actuositatem” sobre o apostolado dos leigos que imprime uma dignidade apostólica aos fiéis de todo o mundo. Esta perspectiva Conciliar, ressalta o próprio da vocação cristã dos batizados que vivendo o ordinário de suas vidas, família, estudo, trabalho, vida social, devem encontrar a Deus e serem testemunhas de Deus. “A alegria do evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus” (EG, 1).
Os desafios do tempo presente, segundo o modelo de sociedade que temos, exige uma resposta criativa por parte dos leigos, que inseridos em suas realidades são os que mais sofrem o impacto e as adversidades sociais. Isto ao mesmo tempo que é assustador é também provocador. Assustador, pois é quase um retorno aos tempos iniciais da Igreja, quando para anunciar o Evangelho, era requerido aos batizados uma posição firme sobre sua identidade cristã e como consequência, muitas vezes recebiam uma condenação de morte. Provocador pois nos convida a dialogar com esta realidade sem nos escondermos, possibilitando uma evangelização mais eficaz, centrada na capacidade de discorrer sobre Cristo, a Fé e a Igreja.
O ano do laicato celebrado em nossa Igreja no Brasil é mais uma oportunidade de reafirmar este compromisso conciliar da Igreja com os batizados, ressaltando sua relevância e a urgência em tornar cada vez mais os leigos como protagonistas da ação evangelizadora da Igreja. Motivar, Formar e Subsidiar meios deveriam ser palavras aplicadas a realidade de nossas comunidades paroquiais e construtoras de uma nova visão de Igreja.
Padre Cláudio Lima