Abraçar o Mundo: Não sejamos cegos!

Todos nós, batizados, já temos por meio deste sacramento um chamado a missão. Se todo batizado continua a missão de Cristo aqui na terra se tornando membro da Igreja (CIC 1213), então assumimos que devemos continuar a levar a Boa Nova do Reino de Deus a toda criatura, como o próprio Jesus pediu aos seus após a sua Ressurreição (Marcos 16, 15).
Mas por que muitas vezes é difícil seguir esse ímpeto que já está em nós pelo batismo e este pedido do mestre? Porque lidamos com isso como se fosse algo distante de nós? Ou porque não abraçamos este chamado a missão com a alegria de alguém que descobriu um tesouro e que precisa partilhar a descoberta com outros?
O chamado de Deus em nós, muitas vezes, não tem o efeito que deveria, não porque Deus não chamou ou deixou de chamar, mas por que não somos capazes de ouvi-Lo, de enxergá-Lo, de reconhecê-Lo. Assim foi também com os dois discípulos que saíram tristes e decepcionados de Jerusalém em direção a Emaús (Lc 24,13-35), sem saber aonde ir porque o Mestre “não” estava mais entre eles. Mesmo com o testemunho das mulheres que haviam ido ao túmulo e visto o Ressuscitado, não podiam entender que a promessa de salvação havia se cumprido. E como ter uma direção se o Mestre se foi? “Vamos embora”, deveriam ter pensado eles.
Porém o Senhor se coloca no caminho com eles, como faz conosco, para que não desistamos do nosso chamado, e resolvamos ir embora por achar erradamente que a “missão cristã aparece como uma mera utopia irrealizável ou, em todo o caso, uma realidade que supera as nossas forças.” (Papa Francisco na Mensagem do Dia Mundial de Oração pelas Vocações 2017). O Senhor não nos deixa só, mas mostra que nos acompanha para que não percamos a esperança diante das nossas expectativas que, muitas vezes, não são e não serão correspondidas, mas que, pelo contrário, possamos contemplar o Ressuscitado, enxergando Nele a razão e o motivo para não desanimar da caminhada pois Ele é a nossa vitória, que nem a morte pôde vencer (cf. 1 Cor 15, 55)!
Que não sejamos cegos como os discípulos de Emaús que demoraram para reconhecer o Senhor que os acompanhava pelo caminho, mas que possamos ter firmes em nossos corações que mesmo nos cansaços e nas lutas, Jesus está vivendo tudo conosco, assim deixaremos que a força do Ressuscitado esteja sempre pulsante em nós, nos impulsionando a abraçar o mundo e ir ao encontro daqueles que precisam fazer uma experiência com Deus.

Ana Carolina – Consagrada Comunidade Católica dom de Deus

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