Liturgia e Vida: Semana Santa

Há alguns séculos, a Igreja chama a semana santa de semana maior e é ela que marca a Páscoa que é o centro da vida de nossa fé cristã. Desde os primórdios da Igreja, as comunidades quiseram recordar os últimos acontecimentos da vida de Cristo, o momento sublime do seu sacrifício em prol da nossa salvação, mistério da Salvação. “Ele tomou sobre si a nossas dores, Seu sangue derramou para nos resgatar das trevas e por Suas chagas fomos sarados”. (Is, 53 – O Servo sofredor).

É neste clima espiritual que a liturgia nos convida a viver estes dias com jubilo e renovada esperança. “Pois Deus amou tanto o mundo, que entregou seu Filho único, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Pois, Deus não enviou o Seu Filho ao mundo para julgar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele”. E, através da Palavra de Deus, das orações e dos gestos, todas as celebrações abrem para nós – somos discípulos do Ressuscitado – horizontes luminosos de vida em plenitude.

No Domingo de Ramos, somos introduzidos ao mistério de Cristo aclamado como Rei e aquele que padece a paixão. Jesus faz-se obediente e pede de nós uma escolha verdadeira por Ele. Senhor, ajude-nos a escolher a ti e não a Barrabás.
De segunda a quarta-feira santa, vivemos a preparação imediata para a Páscoa. Nesses dias, a Igreja contempla a Cristo – o servo Sofredor. Cada dia é marcado pelo evangelho que fala das horas derradeiras de Jesus nesta terra. Vivamos intensamente estes dias, sigamos seus passos e peçamos ao Espirito Santo que nos ajude a perseverar no nosso caminho, pois assim como Jesus somos amparados pelo Pai em todas as circunstâncias de nossa vida.
O Tríduo Pascal começa com a missa vespertina da Ceia do Senhor, tendo seu centro na Vigília Pascal e encerrando no Domingo da Ressurreição. Dias de ações de graças pelo sacerdócio, pela Eucaristia e pelo dom do serviço onde aprendemos a lavar os pés de nossos irmãos pela caridade. Vivamos estes momentos pedindo o Espirito Santo que correspondamos ao amor de Jesus, um amor até o fim.
A Sexta feira santa é dia de jejum e abstinência. Dia de respeito, silêncio e oração. Desde a manhã busque ir adorar Jesus em sua comunidade. Tenha a oportunidade de seguir a Via Sacra, seguir os passos de Jesus e renunciar a nós mesmos. Quantas lições nos ensinam a cruz: a entrega total e o perdão. Invoquemos neste dia o sangue de Jesus sobre nós e nossos familiares.
No sábado santo, a Igreja espera o ressuscitado. Ainda em silêncio e profunda adoração, meditaremos as dores de nossa Senhora. Ela foi fiel e é exemplo de esperança para nós. A vigília pascal é a mãe de todas as vigílias. Noite de luz, que brilha nas trevas. Sinal de vida nova, renovação batismal e profissão de fé. Peçamos que Jesus Cristo ilumine as trevas do nosso coração e renove nossa entrega a Ele. Nosso batismo possa crescer e frutificar sempre mais.

O domingo da Páscoa, é o grande dia!!! “Aleluia, aleluia! Este é o dia que o Senhor fez para nós, alegremo-nos e nele exultemos! Aleluia, aleluia!”  Dia da Páscoa, é um novo dia, uma nova semana e tudo se renova, pois eis que Cristo nossa Páscoa foi imolado. A maior festa de toda a cristandade é a ressurreição de Jesus Cristo, pois se trata de um acontecimento que está no centro da experiência religiosa que Jesus Cristo fez de Deus, é o cume do caminho feito por ele. Com sua ressurreição, os seguidores de Jesus descobrem quem ele é, qual sua missão e qual é seu futuro.

O sofrimento, experimentado por Jesus, faz parte desta busca da comunhão eterna, não podendo ser interpretado como um castigo ou punição, mas como um itinerário de redenção que nos leva ao Pai. Neste sentido, a semana santa tem uma dimensão pedagógica, Jesus ao enfrenta a dor e todo sofrimento da paixão, nos ensina o caminho que conduz a vitória da vida sobre a morte. Precisamos enxergar além dos sofrimentos, além das nossas dores. A fé no ressuscitado deve expressar uma dimensão redentora da cruz. Sendo assim, a liturgia que celebramos é um alimento que nos fortalece e nos identifica como discípulos do ressuscitado. Portanto, meus irmãos, a ressurreição de Jesus é a base de nossa fé, sustenta a nossa caminhada em comunidade e nos alimenta na esperança com Deus.

Elton Souza – Consagrado da Comunidade Católica dom de Deus

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