Homem e mulher os criou

Os jovens têm sido cada vez mais bombardeados com ideologias contrárias à fé católica, e é preciso conhecer estes pensamentos e o posicionamento da Igreja sobre eles.
Quando falamos em ideologia de gênero é preciso atentar-se às influências do pensamento marxista, teoria socioeconômica desenvolvida por Karl Marx e Friedrich Engels, a qual acredita que é necessário abolir as diferenças de classes da sociedade.
Segundo a visão de Engels, homens e mulheres viviam pacificamente em sociedades sem classes, mas através do pecado original os homens descobriram ou insistiram no reconhecimento de sua paternidade, escravizaram as mulheres no casamento, criaram o modelo de família patriarcal e estabeleceram a propriedade privada. E, segundo ele, para libertar perpetuamente o povo deste contexto de desigualdades seria necessário abolir as propriedades, destruir o modelo de família patriarcal, ter mulheres trabalhando fora de casa, facilitar o divórcio, promover a liberação sexual e a destruição da religião.
Estes conceitos tornaram-se a base para o pensamento do feminismo e da ideologia de gênero. Segundo esta ideologia, “as diferenças evidentes entre os homens e as mulheres não são naturais, mas foram construídas, e podem e devem ser modificadas”. Ou seja, o ser humano nasce sem sexo e é moldado segundo a opressão exercida pela família e pela sociedade, logo, todas as características que diferenciam homens e mulheres deveriam ser extintas .

Tomando como referência a doutrina católica, especialmente as catequeses de São João Paulo II que compõem a Teologia do Corpo , podemos perceber que homem e mulher são duas formas de “ser corpo” segundo a imagem de Deus (TdC, 2 de janeiro de 1980).
Tendo criado muitas coisas, Deus as deu ao homem para que fossem nomeadas. Tudo era bom, mas faltava a ele uma semelhante. Deus então criou a mulher, e ao vê-la Adão exclama com alegria: “Eis agora aqui o osso dos meus ossos e a carne de minha carne” (Gn 2, 23). Homem e mulher, criados por Deus à sua imagem e semelhança, viveram em comunhão na sua unidade original.
No corpo humano, marcado pela feminilidade ou pela masculinidade, está o seu significado esponsal, isto é, a capacidade de exprimir o amor. E é apenas no dom sincero de si mesmo que homem e mulher podem se encontrar plenamente.
Com o pecado original, porém, esta união cede lugar à vergonha original, através da qual se viola a capacidade original de comunicação entre homem e mulher, colocando em dúvida a sua unidade e limitando a doação de si ao outro, surgindo então a necessidade de esconder-se do outro com aquilo que determina a feminilidade e a masculinidade.
Mesmo havendo esta ruptura da unidade original, há sempre em nós o apelo, o desejo de voltar àquela realidade, o que São João Paulo II chama de eco da inocência original.

Segundo a Teologia do Corpo, homem e mulher, criados à imagem e semelhança de Deus, estabelecem entre eles uma relação de doação e unidade, e é esta união que deve ser almejada, não a de propriedade e opressão nem mesmo a de negação das duas identidades, como propõe a ideologia de gênero.
É através das características da identidade humana, com aquilo que é próprio da masculinidade e da feminilidade, que encontramos o caminho para a união plena com Deus, ou seja, o caminho para a felicidade humana.
“O corpo, de fato, e só ele, é capaz de tornar visível o que é invisível: o espiritual e o divino. Ele foi criado para transferir para a realidade visível do mundo o mistério oculto desde a eternidade em Deus e, assim ser sinal d’Ele” (TdC, 20 de fevereiro de 1980).
Homens e mulheres são diferentes biologicamente e psicologicamente, mas iguais em dignidade diante de Deus. Renunciar às diferenças entre os sexos, como propõe a ideologia de gênero, seria, portanto, anular a própria sexualidade, dom de Deus na identidade humana. Segundo o Papa Francisco, “a terra enche-se de harmonia e confiança quando a aliança entre o homem e a mulher é vivida no bem. Jesus nos encoraja explicitamente ao testemunho desta beleza” (catequese de 15 de abril de 2015).

Giselle Estupinhã – discípula da Com. Católica dom de Deus.

[1] A Agenda de Genêro – Redefinindo a Igualdade, um condensado da obra de Dale O’Leary.
[2] JOÃO PAULO II. Teologia do Corpo – O Amor Humano no Plano Divino. São Paulo: Ecclesiae, 2014.

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