Cristãos conectados: o uso das mídias

Segundo o site Statista, a principal rede social utilizada no mundo atualmente, o Facebook, possui quase 2 bilhões de usuários, seguido pelo Whatsapp com 1,2 bilhão (dados do mês de abril de 2017). O crescente número de usuários e de acessos nas redes sociais demonstra que os meios de comunicação social têm sido cada vez mais utilizados para o entretenimento, informação e formação. Contudo, é preciso estar atento ao uso que fazemos das mídias em geral. Esses meios não são em si mesmos nem bons nem maus, mas o modo como são usados pode determinar se o usuário tem tido uma relação saudável ou não com eles.

No mundo digital, há o risco de comunicarmos apenas uma parte do que somos, ou de projetarmos o que gostaríamos de ser, criando uma vida virtual que não corresponde ao que somos de fato. A internet pode também propiciar novos meios de se relacionar, de manter contato, mas o virtual não pode superar o contato direto com as pessoas nem roubar o tempo de outras atividades diárias importantes. Os conteúdos compartilhados nas redes também devem ser motivo para reflexão para que possam dar bom testemunho, não exponham aquilo que deve ser preservado e partilhado apenas com os mais próximos, não reduzam as pessoas, não manipule emocionalmente e etc. Além de buscar fontes seguras para não correr o risco de receber e compartilhar informações inverídicas.

O Papa Francisco, na sua mensagem para o XLVIII Dia Mundial das Comunicações, nos alerta para o aspecto problemático da velocidade da informação, que pode dificultar nossa capacidade de reflexão e discernimento sobre as informações. Segundo ele, fechar-se às opiniões variadas também pode ser um problema, pois causa o isolamento e desorienta. Mas as mídias podem ser usadas como ferramenta para a promoção da cultura do encontro, desde que este desafio seja encarado com profundidade, “atenção à vida, sensibilidade espiritual. Dialogar significa estar convencido de que o outro tem algo de bom para dizer, dar espaço ao seu ponto de vista, às suas propostas. Dialogar não significa renunciar às próprias ideias e tradições, mas à pretensão de que sejam únicas e absolutas”. Através do bom uso das mídias podemos promover uma rede de comunicação que vá ao encontro do outro, impedindo que este uso nos torne dependentes e alienados.

Bento XVI, no XLV Dia das Comunicações Sociais, convidava os cristãos a “unirem-se confiadamente e com criatividade consciente e responsável na rede de relações que a era digital tornou possível; e não simplesmente para satisfazer o desejo de estar presente, mas porque esta rede tornou-se parte integrante da vida humana. A web está a contribuir para o desenvolvimento de formas novas e mais complexas de consciência intelectual e espiritual, de certeza compartilhada. Somos chamados a anunciar, neste campo também, a nossa fé: que Cristo é Deus, o Salvador do homem e da história, Aquele em quem todas as coisas alcançam a sua perfeição (cf. Ef 1, 10)”. Através deste discurso somos convidados a fazer bom uso das redes sociais e a testemunhar o “desejo de transcendência e o anseio por formas de vida autêntica, digna de ser vivida” que está presente em cada ser humano.

Neste contexto das novas tecnologias, por que não usar as redes para anunciar o Cristo? A Igreja vê as mídias como um dom de Deus, pois, além de ser fator de desenvolvimento humano, é uma ferramenta capaz de auxiliar a evangelização, levando a Boa Nova a todos os povos. É por isso que ela também utiliza os meios de comunicação social para divulgar as palavras do Papa e a fé católica – como o jornal L’Osservatore Romano, o site oficial do Vaticano (w2.vatican.va), a Rádio Vaticano e as contas do Papa Francisco no Twitter (@pontifex) e no Instagram (@franciscus), entre outros – em diversas línguas.

Como cristãos autênticos temos a responsabilidade de usar as mídias de maneira equilibrada, e podemos tornar estes meios uma forma de promover a beleza de Deus, dando testemunho da nossa esperança (1 Pd 3, 15).

Giselle Estupinhã – Discípula da Com. Católica dom de Deus.

 

REFERÊNCIAS:

DOCAT. São Paulo: Ed Paulus, 2016. P. 46-57.

Papa Bento XVI. Mensagem para o XLV Dia Mundial das Comunicações Sociais «Verdade, anúncio e autenticidade de vida, na era digital» (5 de Junho de 2011).

Papa Francisco. Mensagem para o XLVIII Dia Mundial das Comunicações Sociais «Comunicação ao serviço de uma autêntica cultura do encontro» (1 de Junho de 2014).

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